Pedagogia
O papel do trabalhador social no processo de mudança
Freire inicia esse capítulo analisando o olhar crítico,
Para o ponto de vista crítico, que aqui defendemos, o ato de olhar implica noutro: o ad-mirar, olhar por dentro, separar para voltar a olhar o todo ad-mirado, que é ir para o todo, um voltar para suas partes, o que significa separá-las, são operações que só se dividem pela necessidade que o espírito tem de abstrair para alcançar o concreto. Na ingenuidade, que é uma forma ‘desarmada’ de enfrentamento da realidade, apenas olhamos e, porque não ad-miramos, não podemos adentrar o que é olhado, não vendo o que está sendo olhado (p. 43-44).
Se a estrutura social fosse somente estática ou se não houvesse estabilidade, não seria estrutura social, pois ela é formada pelo dinamismo e permanência. Desta forma, não se pode estudar a mudança sem estudar a estabilidade. O homem é um ser de práxis, portanto ao responder aos desafios que partem do mundo, cria seu mundo: o mundo histórico-cultural.
Ninguém, como ser humano, consegue a imparcialidade, sempre tomamos partido por algo, até porque a sociedade nos exige uma posição, portanto o trabalhador social tem de fazer uma escolha: ou adere a mudança ou fica a favor da permanência. Se a opção do trabalhador social é pela antimudança, sua atuação e seus procedimentos se orientarão no sentido de negar as transformações. A opção pela estabilidade é um revide à ameaça ao seu status quo.
Quem opta pela mudança não pode vê-la como ameaça, deve-se reconhecer a obviedade de que se somos homens, trabalhamos para pessoas, para que as pessoas possam ser realmente pessoas e não objetos de manipulação. Quem opta pela mudança não intimida-se com a liberdade, não preceitua, não maneja, não evita a comunicação, ao invés disso, a procura e vive.
A mudança é da estrutura social, portanto uma totalidade, então para a mudança, faz-se necessária a mudança das partes separadamente. Começando-se pela escola. A mudança exige do