PEDAGOGIA LIBERTADORA
Primeiramente, deve-se entender que a Pedagogia Libertadora faz parte de um conjunto de outras duas tendências que compartilham uma ideia progressista. Libâneo aborda o termo “progressista” como adotado por George Snyders para designar as tendências com finalidades sociopolíticas na educação. E isto é muito comum em tendências progressistas da época. A Pedagogia Histórico-Crítica, por exemplo, busca um mesmo ponto de reagir contra as amarras do ensino tradicional através dos movimentos sócio-políticos. Esta ideia de uma Pedagogia Progressista Libertadora, segundo Ghiraldelli, parte a princípio de uma sociedade que, em meados das décadas de 40 e 50 começava a passar por uma maior urbanização e industrialização da nação, onde migrantes da cultura agrária tentavam a sorte nos centros urbanos. Isto fez com que o acúmulo de miséria aumentasse, e com que começassem a existir diversos destes movimentos sociais para ajudar o povo que passava por problemas, não somente no ensino, mas em um grau geral de necessidades básicas.
Ocorreram na época conflitos ideológicos quanto à educação devido ao sancionamento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – o LDBEN. Esta lei permitia financiamento do estado não exclusivamente às escolas públicas, além de uma maior normatização do ensino. Era uma lei que, na visão de muitos professores, desfavorecia pessoas de classes mais baixas através de uma escola autoritária e burocrática. Então, através dos movimentos populares, como a esquerda cristã, surgiu a Pedagogia Libertadora, divulgada e inspirada principalmente por Paulo Freire.
Quanto ao conceito de “Libertadora” vale ressaltar que ela é intencionalmente voltada ao ensino popular, desalienando e trazendo uma visão crítica, assim “libertando” toda a mentalidade antes limitada pela baixa qualidade de ensino, fazendo assim com que o educando alcance uma visão crítica e haja uma desalienação do mesmo. Através desta tendência que também pode ser