pedagocia
Drª Elma Júlia Gonçalves de Carvalho∗
Introdução
As grandes alterações na organização e administração do trabalho escolar vêm sendo acompanhadas de um intenso debate, no qual ganham relevância as propostas de administração democrática,
descentralizada
e
participativa.
Fundamentadas
predominantemente em aspectos políticos, tais propostas combatem o centralismo burocrático, inflexível e ineficaz. Sem desconsiderar sua validade, entendemos que, para apreender os novos rumos da gestão da educação, é imprescindível ampliar o foco de análise, abrangendo as mudanças ocorridas no mundo do trabalho e da produção.
Para refletir sobre o tema gestão escolar e democratização no interior da escola, não podemos ignorar fatores relacionados à organização geral da sociedade. O que ocorre na escola extrapola seu campo específico, expressa desejos e necessidades originados da organização social. Desta perspectiva, é impossível desvincular as transformações na educação das alterações na base produtiva, ou seja, das exigências de reorganização do capital. Isso implica fundamentar a análise com informações sobre as novas formas de trabalho que vêem se impondo no momento atual.
Tendo em vista refletir sobre as motivações sociais e históricas que desencadearam esse processo, o principal objetivo deste trabalho é analisar o movimento de substituição do modelo de administração burocrático-racional do trabalho escolar por novas práticas organizacionais consideradas mais democráticas.
Ao abordar o movimento de passagem de uma forma de acumulação de capital para outra, ou seja, da indústria da produção de massa sob a regulação taylorista/fordista para a produção flexível/enxuta), procuramos demonstrar que é esse novo paradigma, que não se restringiu aos muros da empresa e, entre outros campos, foi importado pela administração pública, que vem condicionando a forma de gerir as organizações e