Peb e a questão cubana
Com o advento da revolução cubana em 1959 e a posterior adesão da ilha à zona de influência soviética, Cuba passa a ter papel central nas discussões multilaterais do continente latino-americano. Em meio a elevação dos contenciosos entre os EUA e a URSS, antecedendo o que seria o ápice da guerra fria alguns anos depois, a revolução cubana e seu alinhamento à URSS soaria como grave provocação e ameaça real as pretensões imperialistas norte-americanas no continente. Como efeito, os americanos, depois do fracassado episódio da Baía dos Porcos, atuam por vias diplomáticas de modo a enfraquecer Cuba, isolando-a comercialmente através do bloqueio, bem como politicamente através da OEA.
A VIII Reunião de Consulta dos Ministros de relações Exteriores ocorrida em Punta del Este, no Uruguai de 22 à 31 de janeiro de 1962, convocada pela Organização dos estados Americanos (OEA) é decisiva no tocante a resolução da crise entre Cuba e os membros latino-americanos alinhados ao bloco capitalista, majoritariamente representados na conferência.
O Brasil representado por Santiago Dantas, então ministro de relações exteriores propunha solução pacífica para a resolução do contencioso, elencando o princípio da auto determinação, independente do modelo de governo, seja ele de fato ou de direito, e que o completo isolamento de Cuba acirraria o conflito. Imbuído do desejo de resolver o impasse por meios pacíficos, Santiago Dantas propõe a criação de um estatuto de ralações entre Cuba e o restante do hemisfério munindo-o de de bases jurídicas válidas para a neutralização de Cuba, como ocorrera em outras partes do mundo. Um instrumento que regularia as relações de Cuba com o restante do continente, respeitando a democracia sem interferir no princípio de autodeterminação. Acreditava-se por parte do Brasil e outros países que defendiam esta posição, que após vencidas as etapas do processo revolucionário, Cuba, paulatinamente restauraria seu processo democrático e que