Pavilhão brasileiro
Pavilhão Brasileiro na Expo’70 em construção, Osaka, Japão. Arquiteto Paulo Mendes da Rocha
Andrea Macadar: Para Montaner (1996), a sua obra “faz pensar a arquitetura moderna brasileira desde uma outra modernidade. Como um horizonte, onde a autonomia dirige sua arquitetura e se mantém como uma abertura e não como um encerramento [...]. Durante os anos 1970, o Brutalismo Paulista disseminou-se em tom menor pelo país, espalhando-se pela imitação formal diluída e nem sempre criteriosa através de outras regiões brasileiras”.
O esgotamento se deu em parte pelo impulso transformador e na obtenção de realizações menos significativas, identificadas muitas vezes em sua grandiosidade e ousadia estrutural como monumetalismo estatal daquele momento. Mas, para o Pavilhão Brasileiro da feira internacional de Osaka – que, a princípio pretendeu representar sua melhor intenção para com a arquitetura internacional, e ainda promover novas aflorações contestativas da cultura nacional – fica a questão sobre o que o senhor realmente quis demonstrar com a arquitetura do Pavilhão em Osaka, e, quais os pontos sociais e culturais representados por ele para aquele momento (ano 1970)? O senhor afrontaria estas descrições como uma forma de abertura para a arquitetura brasileira? Por quê não um encerramento talvez tardio ou atemporal para a representação arquitetônica daquele período cuja arquitetura brutalista enfrentava novos questionamentos na esfera mundial?
Paulo Mendes da Rocha: Acompanhei a construção do Pavilhão do Brasil lá em Osaka e de muitos outros. E mesmo se eu não soubesse – você deve ficar atenta, no caso, como o Brasil, estou falando de Osaka aqui, por exemplo – como o Brasil já chegou tarde pra questão, eu quando cheguei lá, pude ver os outros pavilhões em fase de acabamento. E você percebe que é uma arquitetura peculiar, não serve como modelo de arquitetura. A União Soviética fez qualquer coisa com cento e tantos metros de altura.