Pauta de musica
Apostila organizada por prof. Norton Dudeque
2003
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UNIDADE I
1. Região tonal e Modulação
A música tonal tem como uma das suas maiores características a utilização de um centro tonal, a tônica, que define um ponto de referência sonora para o ouvinte.
No entanto, um dos aspectos mais enriquecedores do sistema tonal é justamente o fato que propõe a troca, ou mudança de centro tonal dentro de uma mesma peça ou obra musical. Por exemplo, se ouvirmos uma peça que tem dó maior como sua tônica, a peça iniciará e terminará em dó maior, e teremos a impressão de encontrar um ponto de apoio e de referência (tonal) para toda a peça independentemente de sua duração. Mas dentro desta tonalidade de dó maior, ou monotonalidade como chama Schoenberg, podemos encontrar outras áreas tonais, por exemplo, um trecho em sol maior. Estas áreas tonais geralmente são referidas como regiões tonais. Assim, uma região tonal pode ser definida como uma passagem que apresenta uma outra tendência tonal que não a da tônica. O conceito de região tonal é útil para o entendimento do aspecto da tonalidade que lida com desvios tonais a partir da tônica. Portanto, quando tivermos pequenas passagens que claramente apresentam outra tendência tonal, vamos nos referir a esta passagem como estando em outra região tonal.
Modulação por outro lado, implica em uma mudança de centro tonal, ou tônica, i.e. por uma duração maior do que uma simples mudança passageira de região. Novamente, se temos uma peça em dó maior, podemos ter uma modulação para outra tônica mas esta deverá ser convincente, tanto no seu aspecto composicional (aspectos harmônico, temático e motívico etc.), quanto temporal.
Por exemplo, se temos uma obra musical com dois temas e o primeiro destes é
2 apresentado na sua integridade na tônica, mesmo que ocorram tonicalizações e desvio(s) para outra região tonal não ocorrerá modulação neste tema. No entanto, podemos também ter um segundo