paulo freire

578 palavras 3 páginas
JUVENTUDE E UNIVERSIDADE
A crise econômica de 1929 produziu reflexos muito acentuados no Nordeste. Em busca de melhores condições de vida, seu pai levou a família para a cidadezinha de Jaboatão dos Guararapes, a 18 km do Recife. Paulo Freire tinha 10 anos de idade. Ali conheceu a dor, com a morte do pai, aos 13 anos, e o sofrimento ao assistir a mãe ter que sustentar sozinha toda a família, convivendo com privações materiais e muitas dificuldades financeiras.
“Eu acho que uma das coisas melhores que eu tenho feito na minha vida, melhor do que os livros que eu escrevi, foi não deixar morrer o menino que eu não pude ser e o menino que eu fui, em mim.”
(Moacir Gadotti, Convite à Leitura de Paulo Freire da Série Pensamento e Ação no Magistério, Mestres da Educação.)
Nos campos de futebol de Jaboatão, ele mantinha contato com a camada mais pobre da cidade, jogando peladas com meninos camponeses e filhos de operários que moravam em morros e brincavam em córregos. Com eles, Paulo Freire descobriu uma forma diferente de pensar e de se expressar – era a linguagem popular, à qual ele sempre privilegiou usando-a mais tarde como educador.
Desde jovem, Paulo Freire envolveu-se na defesa dos direitos dos trabalhadores, atuando nos movimentos populares e como diretor do Sesi.
“Eu consegui fazer, Deus sabe como, o primeiro ano de ginásio com 16 anos. Idade com que os meus colegas de geração, cujos pais tinham dinheiro, já estavam entrando na faculdade. Fiz esse primeiro ano de ginásio num desses colégios privados, em Recife; em Jaboatão só havia escola primária. Mas minha mãe não tinha condições de continuar pagando a mensalidade e, então, foi uma verdadeira maratona para conseguir um colégio que me recebesse com uma bolsa de estudos. Finalmente ela encontrou o Colégio Osvaldo Cruz e o dono desse colégio, Aluízio Araújo, que fora antes seminarista, casado com uma senhora extraordinária, a quem eu quero um imenso bem, resolveu atender o pedido de minha mãe.”
(In: Revista

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