Paulo Eduardo de Oliveira nasceu em Colina, interior do Estado de São Paulo, no dia 9 de março de 1950. Em 1975, conheceu o jornalista e escritor Oswaldo de Camargo, amigo que o ajudaria a trilhar sua carreira de poeta. Pouco depois, Abelardo Rodrigues viria a se juntar a eles, formando-se o “Triunvirato”, como eram conhecidos no Bar e Restaurante Mutamba. Ali se reuniam para discutir textos relativos à literatura negra, e foi desta forma que surgiu, em 1978, O Grupo Quilombhoje. Apesar da dificuldade de divulgação, este grupo passou a editar os Cadernos Negros, com os quais Paulo Colina contribuiu nos números 2 e 3. Em sua antologia, Paulo Colina inclui a produção de quatorze poetas afro-brasileiros, demonstrando preocupação em superar a hegemonia cultural do eixo Rio-São Paulo. Nesse sentido, estão presentes autores como Adão Ventura, de Minas Gerais, Oliveira Silveira, do Rio Grande do Sul, Arnaldo Xavier, da Paraíba e José Carlos Limeira, da Bahia, dentre outros. Desempregado por quase dez anos, o poeta passou seus últimos tempos dedicando-se à música e ao teatro infantil. Vítima do mal de chagas, Paulo Colina morreu em 8 de outubro de 1999, em São Paulo, aos 49 anos. Sua obra, embora pequena, conseguiu levar o seu discurso de respeito à diferença e contribuiu substantivamente para a divulgação da produção dos novos escritores afro-brasileiros. Zilá Bernd, em artigo escrito como homenagem póstuma ao poeta, diz: O poeta desapareceu precocemente talvez sem ter realizado essa utopia da reterritorialização da cultura negra brasileira, mas a poeticidade de seus versos permanecerá, pois que emerge da tensão gerada pela necessidade de mergulhar na temática negra sem perder de vista que a poesia precisa atingir a todos os leitores independentemente da etnia a qual pertencem. Assim, ele soube exprimir-se com rara perfeição artesanal, conjugando elementos da herança e da tradição africana e procurando sempre “alçar vôo” no sentido de oferecer seus versos à leitura como