Patriarcalismo
Considerando a obra Raízes do Brasil, analise a afirmação abaixo:
No Brasil, pode dizer-se que só excepcionalmente tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários puramente dedicados a interesses objetivos e fundados nesses interesses. Ao contrário, é possível acompanhar, ao longo de nossa história, o predomínio constante das vontades particulares que encontram seu ambiente próprio em círculos fechados e pouco acessíveis a uma ordenação impessoal. Dentre esses círculos, foi sem dúvida o da família aquele que se exprimiu com mais força e desenvoltura em nossa sociedade. E um dos defeitos decisivos da supremacia incontestável, absorventes, do núcleo familiar – a esfera, por excelência dos chamados contatos primários, dos laços de sangue e de coração – está em que as relações que se criam na vida doméstica sempre forneceram o modelo obrigatório de qualquer composição social entre nós. Isso ocorre mesmo onde as instituições democráticas, fundadas em princípios neutros e abstratos, pretendem assentar a sociedade em normas antiparticularistas.
HOLANDA, Sergio Buarque. Raíses do Brasil. 5. Ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1969, p.106.
Atenção. O Trabalho deve ser digitado com letra Times New Roman 12, com espaçamento de 1,5 e mínimo de 50 linhas.
A frouxidão da estrutura social e a falta de hierarquia organizada abriram espaço para a cultura da personalidade se desenvolver ali. Já que a nobreza genuína não precisaria sobressair ao individuo, pois o que mais valia era a autonomia de cada individuo em relação aos seus semelhantes, de modo que a eminência própria é muito mais considerada do que a herdada.
Grosso modo, cada qual necessitava se superar mais que o outro, procurando formas de se destacar pessoalmente e serem mais independentes ganhando reconhecimento com base na meritocracia, fomentando a individualidade. Tal forma de entender a superação individual levantou questões importantes, em