Resenha Casa Grande e Senzala
O prefácio da obra de Freyre inicia-se pela diferenciação entre raça e cultura. A partir dessa é que se foge à ótica racialista do período e se passa a colocar em questão as relações diversas entre meio, cultura, condições socioeconômicas e raça. Observa-se como o meio altera os hábitos de uma raça, no caso a branca, que no Brasil chega como aventureira e desbravadora, mas que torna-se, posteriormente, sedentária e rural, apresentando apenas alguns resquícios das antigas tradições nos grupos dos bandeirantes. Da mesma forma, relaciona-se a condição socioeconômica das “raças de cor”, que as fadava à subnutrição, a algumas características degeneradas das mesmas, como a fraqueza, a saúde instável, entre outros – que inclusive, eram larga e indevidamente, como diz o autor, atribuídas à raça. Considera-se também que a casa-grande era a cultura mais estável da época, tanto que se perpetuou hegemônica por séculos – não rivalizava com outra de igual relevância –, daí sua grande influência na formação social brasileira.
Há certo exagero no que tange a carga de influência dada ao meio, uma vez que, embora