Pasteurella Multocida Em Mordida De Gato
TRANSMISSÃO DE Pasteurella multocida PARA HUMANO
ATRAVÉS DE MORDIDA DE GATO – RELATO DE CASO
Cristina da Costa Krewer1, Franciele Maboni2, Niura Mazzini Witt3, Sydney Hartz Alves4,
Agueda Palmira Castagna de Vargas5
RESUMO
Pasteurella multocida é um cocobacilo Gram negativo encapsulado que faz parte da microbiota de gatos, cães e outros animais domésticos e selvagens, nos quais pode causar principalmente pneumonia e septicemia. É transmitido ao ser humano pela mordida de animais, especialmente gatos. Este microrganismo provoca infecções de pele e tecidos adjacentes ao local da inoculação, podendo alcançar a corrente sangüínea e se disseminar pelo organismo. Em maio de 2004, na cidade de Santa Maria-RS, uma mulher sadia foi mordida no dedo indicador direito por seu gato. Após 24 horas, o braço apresentou-se hiperêmico e dolorido, com elevação da temperatura e edema no local da mordida. Passadas 48 horas, os sintomas permaneciam e surgiu uma pústula no local na mordida.
Realizou-se coleta da secreção da pústula e semeadura em placas de ágar sangue ovino 5%, ágar colúmbia e caldo BHI. Com 24 h de incubação observou-se o crescimento de colônias grandes, acinzentadas, não hemolíticas, que apresentavam morfologia de cocobacilos gram negativos, e bioquimismo de Pasteurella multocida, confirmando a suspeita clínica. O teste de sensibilidade “in vitro” aos antimicrobianos realizado foi condizente com o tratamento clínico recomendado amoxicilina + ácido clavulânico (500/125 mg três vezes ao dia) associada à pomada de fibrinolisina, desoxirribonuclease e sulfato de gentamicina, para uso tópico.
Após 16 horas do início do tratamento observouse nítida redução da hiperemia local e edema, com completa resolução do caso, em cinco dias. Com esse relato, salienta-se a importância de cuidados
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com o contato, mordidas ou arranhões de animais domésticos, evitando deste modo a infecção de humanos por Pasteurella multocida, bem como, outros agentes infecciosos.