passando pela sala de aula
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Tinha como meta estabelecer uma relação harmoniosa entre os interesses do capital em contrapartida a exploração da classe trabalhadora. A imagem paternalista construída pelos industriais, visava confundir a autoridade patronal a do pai, para assegurar a integração dos(as) trabalhadores(as) ao aparato produtivo, resgatando a imagem da família para pensar a fábrica como uma extensão do lar, negando-se o conflito capital e trabalho, legitimando e restringindo os papéis sociais entre os "sexos", nos limites da esfera de produção (público) e reprodução (privado), e sugerindo a idéia de uma harmoniosa cooperação entre todos. Assim, vida operária era um importante componente histórico para entender as relações hierarquizadas de gênero a partir do lugar de classe e os conflitos sociais oriundos dessa dinâmica de exploração e opressão. O funcionário era controlado até pelo jornal da fábrica, com o objetivo de torná-lo vigia de si próprio, através de ameaças de readequação ou perda de emprego. A intervenção da indústria na vida cotidiana do operário também foi identificada na tentativa engendrada pela fábrica de estabelecer relações familiares, onde o patrão representa as funções de pai e ao mesmo tempo severo e protetor transformando o lugar da fábrica em um lugar familiar, buscando uma relação de irmandade e livre de conflitos, marcada pela clara definição de papéis de seus protagonistas. Os processos disciplinares e as práticas intervencionistas do sistema fabril eram aplicados sobre os operários através de dois mecanismos: disciplina e hierarquia, visando articular todas as atividades cotidianas exercidas pelos trabalhadores em relação à produtividade fabril, na tentativa de controlar integralmente a vida do operário. Este sistema engendrado pela indústria não apenas utilizava-se do operário em si, mas também de sua própria família, que desempenhava a função de preparação para o trabalho na fábrica, com a incumbência de incutir nos indivíduos os valores exigidos pela