Passagem da Antiguidade ao Feudalismo
Roma A ascensão de Roma marcou um novo ciclo de expansão imperial urbana, que não apenas representava um deslocamento geográfico no centro de gravidade do Mundo Antigo para a Itália, mas também um desenvolvimento sócio-econômico do modo de produção, que fora pioneiro na Grécia e que tornava possível um dinamismo muito maior e mais duradouro do que aquele que o período helênico produzira. A evolução constitucional da cidade conservou todo o poder político aristocrático durante a fase clássica de sua civilização urbana. Mas, daí em diante, ao contrário das cidades gregas, Roma jamais conheceu a transformação social de um governo despótico, que quebrasse a dominação aristocrática e conduzisse a uma subseqüente democratização da cidade, baseada em uma firme agricultura media ou pequena. Esta estrutura original implicava a dominação política pura e simples da aristocracia tradicional. O resultado foi a formação social de uma nobreza mais extensa, incluindo famílias patrícias e plebéias, em vez da derrubada do próprio sistema aristocrático, como tinha acontecido na época dos Tiranos na Grécia. Sobrepondo-se cronológica e sociologicamente a esta disputa que se passava no extrato mais rico da República, estava a luta das classes mais pobres para conquistar direitos dentro dela. A pressão destas logo originou a criação do tribunato da peble, uma representação corporativa da massa popular dos cidadãos. A estrutura social resultante da cidadania romana, desta maneira, era inevitavelmente distinta da que havia sido típica na Grécia clássica. A nobreza patrícia muito cedo se empenhara em concentrar a propriedade de terras em sua mão, reduzindo o campesinato livre mais pobre à escravidão por débito, e se apropriando do agir publico, ou terras comuns, que eles usavam para pastagem e cultivo. A tendência a humilhar o campesinato pela escravidão pode debito a condição de herdeiros dependentes foi