História medieval
Para entender os solavancos da história medieval
Anderson, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo. 5 ed. 3 reimp. São Paulo: Brasiliense, 2000.
Pode parecer antiquado comentar, em 2010, um livro cuja primeira edição surgiu em 1987. Entretanto estamos falando de um trabalho que em 1994 estava na quinta edição, da qual estamos manuseando a terceira reimpressão de 2000. Disso já se pode concluir que não se trata de qualquer material e nem estaremos falando de um autor insignificante.
O livro em questão é a de Perry Anderson. Um inglês que nasceu em 1938, em Londres. Juntamente com E. J. Hobsbawn e E. T. Thompson é considerado um dos três maiores historiadores da Inglaterra. Durante décadas foi editor da New Left Review, conceituada revista marxista. Sua obra é constituída de inúmeros artigos e livros. Entre eles constam clássicos como Considerações sobre o Marxismo Ocidental e Passagens da antiguidade ao feudalismo, o qual foi concebido pelo autor como “prólogo de um estudo mais amplo: Linhagens do Estado Absolutista”. Diz o autor que o presente trabalho pretende superar um “golfo” que separa a História Antiga da Medieval. Períodos que estão separados “por um cisma profissional, que muito poucos trabalhos contemporâneos tentam cobrir”, mas que se interligam dialeticamente. Podemos dizer, portanto que mais do que estudar um aspecto da história o autor está propondo um tema: um processo de transição.
Entretanto e justamente por se tratar de uma proposição temática, não temos aqui um trabalho desenvolvido a partir das fontes históricas, mas, confessa o autor, de um estudo baseado “simplesmente na leitura de trabalhos disponíveis de historiadores modernos: uma questão bastante diferente”. E justifica sua proposta afirmando a dinamicidade da ciência, dizendo: “o que geralmente é aceito por historiadores de uma geração pode ser invalidado pela pesquisa da geração seguinte”. Assim se faz ciência, assim procedem a historia e os historiadores.
Embora