pascal
A condição do homem é de um ser instável e incerto, “não é anjo nem fera”. Ao mesmo tempo, equilibra essa condição ao dizer que suas misérias provam sua grandeza: “são misérias de um grande senhor, misérias de um rei destronado”. Uma árvore não sabe que é miserável, mas o homem sim sabe que é miserável. O homem é feito para pensar, nisso reside toda sua dignidade e sua função. Para Pascal, o homem é o objeto sobre o qual a filosofia deve refletir, e essa reflexão leva à consideração do engrandecimento pelo pensamento. A grandeza do homem se reflete em seu próprio pensar na finitude e em reconhecer sua condição de miséria. A grandeza e a miséria do homem estão solidamente interligadas. O homem não deve se julgar um animal, mas também não deve presumir que é um anjo. Pois, “se ele vangloria, eu o rebaixo; se ele se rebaixa, eu o glorifico; eu o contradigo, até que compreenda que é um monstro incompreensível”.
No entanto, nem sempre o homem quer assumir sua condição de miserável. Isso faz com que busque o divertimento, tentando fugir de si mesmo e de pensar na sua finitude. O fato de que o homem é criatura constitutivamente miserável, o faz desviar visivelmente, pois caiu de seu verdadeiro lugar sem poder agora reencontrá-lo. “As misérias da vida humana estão na base de tudo isso; tão logo os homens se aperceberam