parte3
CAPÍTULO
3:
DENSIDADE
HABITACIONAL
E
SUAS
REPERCUSSÕES NO ESPAÇO URBANO
3.1 Panorama da densidade a partir da revolução industrial
A partir da Revolução Industrial ocorreu em várias cidades um aumento populacional excessivo. A configuração espacial dessas cidades se mostrou inadequada para comportar uma alta densidade. Com isso, a relação entre o número de habitantes e o espaço por estes ocupados tornou-se um aspecto importante. A morfologia urbana e tipologia das edificações precisaram ser controladas para que se alcançasse a salubridade do espaço urbano em novas condições de densidade.
O quadro caótico que as primeiras cidades industrializadas apresentava, por não conseguirem suprir as necessidades de um espaço salubre, seguro e que proporcionasse um desenvolvimento qualitativo para a maioria da população, se repetiu em várias cidades do mundo. Os surtos de epidemias que se instalaram na época, no mundo capitalista, levaram à sistematização de um planejamento urbano para lidar com as questões sanitárias. Tais surtos estavam intimamente relacionados com a questão do meio ambiente urbano, no que diz respeito à própria organização do espaço. Surgem, então, os códigos sanitários, códigos de posturas, códigos de obras e códigos urbanísticos, que entre outras questões colocavam limites na apropriação do espaço urbano e criavam regras de recuo, de insolação, de ventilação – no nível do edifício e da cidade. Num segundo momento, com o rápido crescimento das cidades induzido pela industrialização e pela difusão de novos
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meios de transporte, surge a necessidade de se resolver o problema da circulação urbana. Com a Revolução Industrial e o aumento populacional tornou-se inconcebível a perpetuação de um modelo de cidade medieval caracterizada pela alta densidade de construções e de população, numa configuração orgânica e espontânea, com ruas estreitas que não supriam as condições básicas de higiene nem eram eficientes economicamente. Esse quadro urbano