Parque Linear
Artigo do mobilizador do Projeto Manuelzão, Procópio de Castro
Os fundos de vales e o entorno dos cursos d’água são considerados pela Legislação Ambiental brasileira como Áreas de Proteção Permanentes (APPs )e pela lei não deveriam ser locais de edificações. Nas áreas urbanas a realidade tem sido outra pelo modelo de ocupação do solo até hoje adotado. Normalmente estas áreas são o que muitas vezes sobrou à população sem recurso como área para ocupação, estando então irregular e sujeitas a todos os riscos ambientais imagináveis. Lixo e esgoto têm como destino estas áreas que se tornam, com o tempo, insalubres e repletas de vetores de doenças, sendo então, desprezadas pelos moradores e pelos entes da gestão pública.
Uma das soluções para salvar estes cursos d’água remanescentes nas áreas urbanas de maneira sustentável é a implantação de parques lineares. Estes parques podem solucionar o problema a partir de uma nova maneira de ver a ocupação dos fundos de vales: um espaço onde a água é uma aliada de destaque na solução integrada com os aspectos ambientais, sociais, econômicas e culturais.
Não se pode tratar um parque linear apenas como solução para a área restante pela falta de planejamento do uso e ocupação do solo. Também não se pode entender o linear como um lugar de linhas retas de concreto. Quando isto acontece, a água normalmente é encarada como o estorvo e não como a estrela solução e o resultado são as avenidas sanitárias, tendo as pista de tráfego motorizado como destaque e o rio fechado, aprisionado em gabiões de concreto e similares. Um parque linear tem que ser tratado como a área que ladeia os cursos d’água restaurando sua importância ambiental e paisagística e como espaço de convivência com a natureza.
Claro que o parque linear para cumprir sua função social poderá incluir equipamentos de lazer que atraiam a população e seja por esta considerada um lugar de valor. Estes