Paralisia facial em decorrência da síndrome de
1 – INTRODUÇÃO
A Síndrome de Güillain-Barré (SGB) é uma doença imunológica caracterizada pela polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória dos nervos periféricos (TAVARES et al, 2000, PERNÍA et al, 2003). É considerada um distúrbio imunomediado e em 60% a 70% dos casos manifesta-se após algum tipo de infecção, precedendo o início da neuropatia em 1 a 3 semanas (TAVARES et al, 2000, CECATTO et al, 2003, PERNÍA et al, 2003). A SGB pode ser associada a um processo infeccioso viral (vírus do Herpes, Varicela Zoster, etc), bacteriano (Mycoplasma pneumoniae), cirúrgico, medicamentoso ou relacionado à administração de vacinas (PERNÍA et al, 2003, CHAVEZ et al, 2004). Sabe-se que a SGB é uma doença auto-imune, mas o mecanismo imunológico envolvido ainda é desconhecido (PERNÍA et al, 2003). Em relação à epidemiologia da SGB, não há uma homogeneidade de dados na literatura. Segundo Tavares et al (2000), esta síndrome ocorre em todo mundo, em qualquer época do ano, afetando adultos e crianças, homens e mulheres, independente da classe social e hábitos de vida, sendo mais freqüênte com o avançar da idade. Fonseca et al (2002) e Cecatto et al (2003) apontam que a doença acomete predominantemente o sexo masculino, incidindo com maior freqüência em adultos jovens com idade entre 20 e 30 anos. No entanto, 20% de todos os casos de SGB ocorrem em crianças com idade inferior a 10 anos, podendo afetar também indivíduos de 40 a 70 anos (CECATO et al, 2003). A SGB é a causa mais comum de paralisia muscular flácida aguda (PERNÍA et al, 2003). A incidência anual da SGB na América do Norte é de 02 a 04 casos por 100.000 habitantes, apresentando padrões epidemiológicos semelhantes no mundo todo (TAVARES et al, 2000). A SGB é caracterizada por debilidade simétrica, proximal, progressiva e ascendente dos membros e essa pode cursar com formas atípicas e tendências a remissões espontâneas (JUYO et al, 1999, PERNÍA et al, 2003). Os principais achados clínicos da síndrome