Sindrome de bell
PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA
I. INTRODUÇÃO A paralisia facial periférica (PFP) é uma entidade que angustia paciente e médico envolvidos, levando, muitas vezes, a exames desnecessários, caros e até mesmo a tratamentos inapropriados. Várias doenças podem afetar a função do nervo facial, incluindo diabete, infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), doença de Lyme, fraturas do osso temporal, tumores da parótida e do ângulo ponto-cerebelar, otite média, herpes zoster oticus (síndrome de Ramsay Hunt), sarcoidose, eclâmpsia, amiloidose e a Síndrome de Guillain-Barré. Porém, a apresentação mais comum da PFP é a idiopática ou Paralisia de Bell, que ocorre em 60-80% dos casos e é diagnosticada após a exclusão de todas as etiologias possíveis. O exame físico, incluindo otoscopia, exame da parótida e pares cranianos, é importante na determinação da causa e da localização da injúria ao nervo facial. O acometimento de outros pares cranianos pode ser um indício de polineuropatia ou de malignidade; o envolvimento concomitante do VI par revela patologia de tronco cerebral; do V, VI e VIII, patologia de ápice petroso; e do IX, X e XI, patologia de base de crânio. Portanto, esse seminário irá discutir a localização do nervo facial, suas funções, principais desordens e novas terapêuticas para melhoria de sua função e para o bem-estar do paciente. II. ANATOMIA E FISIOLOGIA DO NERVO FACIAL O nervo facial é um nervo misto (motor e sensitivo), constituído por fibras aferentes e eferentes gerais e especiais. As fibras viscerais aferentes especiais conduzem o senso do sabor dos dois terços anteriores da língua via nervos corda do tímpano e lingual (gânglio geniculado), e via nervo intermédio (trato solitário). As fibras viscerais eferentes gerais constituem o sistema parassimpático. O nervo petroso superficial maior inerva as glândulas lacrimais e palatinas saindo do núcleo salivatório superior, passando pelo hiato do facial e gânglio esfenopalatino. O nervo petroso