Paralisia cerebral
A encefalopatia crônica da infância (ECI) foi descrita pela primeira vez pelo o ortopedista inglês Willian John Little em 1843, que a definiu como doença ligada a diferentes causas e caracterizada, principalmente, por rigidez muscular. Em 1862, o mesmo autor estabeleceu-se a relação entre esse quadro e as intercorrências no parto. Freud, em 1897, sugeriu a expressão paralisia cerebral, que, mais tarde, foi consagrada por Phelps, ao se referir a um grupo de crianças que apresentavam transtornos motores graves devido à lesão do sistema nervoso central. (ROBERTSON et all Apud, FERREIRA, 2011).
Desde o Simpósio de Oxford, em 1959, a expressão paralisia cerebral foi definida como “sequela de uma agressão encefálica, que se caracteriza, primordialmente, por um transtorno persistente, mas não invariável, do tônus, da postura e do movimento, que aparece na primeira infância e que não só é secundário a esta lesão não evolutiva do encéfalo, mas também, à influência que tal lesão exerce na maturação neurológica”.
A partir dessa data, a paralisia cerebral passou a ser conceituada como Encefalopatia Crônica não Progressiva (ECNP) da infância que, constituindo um grupo heterogêneo, tanto do ponto de vista etiológico quanto em relação ao quadro clínico, tem como elo comum o fato de apresentar predominantemente sintomatologia motora, à qual se juntam, em diferentes combinações, outros sinais e sintomas. (JACQUES Et All 2010).
2. Conceito
A ECNP refere-se a um grupo de desordens no desenvolvimento do controlo motor e da postura, como resultado de uma lesão não progressiva do desenvolvimento do sistema nervoso central. A lesão pode ocorrer no nascimento, anteriormente ou no período que se segue. Não agrava, não progride, mas causa limites na atividade. Esta afeta aproximadamente 2 em cada 1000 indivíduos, sendo o problema de desenvolvimento mais comum nas crianças. A incapacidade mais visível é a motora, que torna a mobilidade difícil.