Para Uma Pedagogia Da Metafora Silvia
De acordo com as considerações do autor José Paulo Paes, no texto “Para uma Pedagogia da Metáfora”, há dois pontos de partida, primeiro uma citação literária e o segundo é uma observação da vida cotidiana, e que ambos levam a caminhos semelhantes. Ele refere-se a citação usada por Gérard Genette como epigrafe no do seu livro Figuras, de Blaise Pascal “Figura traz ausência e presença, prazer e desprazer”, No artigo X dos seus Pensamentos, onde se ocupa do que chama de “ os figurativos” Pascal insiste que as coisas do velho testamento não devem ser tomadas ao pé da letra. A existência de dois sentidos, um literal e outro figurado é indispensável para provar que o messias é mesmo Jesus. Pascal não chega a dizer o que realmente entende por figura. Para esclarecer o duplo sentimento Pascal recorre ao exemplo do retrato, que torna presente a coisa retratada, mas causa desprazer porque não consegue substituir a realidade palpável. Para ele o estatuto de inferioridade que a figura tem em relação ao figurado explica-se pelos princípios religiosos, o qual inverte o sentido usual de real.Os judeus seriam um povo indigno do “reino de Deus” porque amaram muito as coisas figurantes. A observação da vida cotidiana é um certo comportamento infantil que acontece em uma fase antes da aquisição da fala, nela a criança começa a descobrir o mundo que está na sua volta e uma da brincadeiras que elas mais gostam é quando alguém tampa o rosto com as mãos e depois reaparece de repente para causar-lhe surpresa. O interesse pelo jogo demora a se esgotar. E percebemos a satisfação por descobrir algo no sorriso da criança, o reconhecimento. Nos dois casos temos a alternância de presença e ausência, que se associam sensações de prazer e desprazer. E nesse sentido utilizar o jogo para ilustrar a dinâmica do processo metafórico. Na Arte retórica, Aristóteles introduz algumas noções. O desvio do sentido e a estranheza que esses desvios