Papéis do professor
Helemare do Amaral Motta Bueloni.
Com a divisão entre o professor polivalente e o especialista por disciplinas, a educação brasileira ganhou um sentido corporativo-burocrático. Pedagogicamente e historicamente não há nenhuma sustentação consistente para uma divisão que em parte foi causada pela separação histórica entre dois caminhos de formação docente: o normal de nível médio e o superior. Por questões também históricas houve um momento, em meados dos anos 70, em que a formação do professor que atuaria nas séries iniciais do ensino fundamental, passou a ser feita também em nível superior, mas o local dessa formação não foi o mesmo das licenciaturas, e sim os cursos de
pedagogia nas faculdades de educação, essa diferenciação entre a formação do professor polivalente dos cursos de licenciatura, lecionados os departamentos ou institutos dedicados à “filosofia”, às “ciências”, e às “letras”, imprimiu uma sensação que aquele profissional não teria uma identidade
pedagógica consistente e fosse esvaziada de conteúdos. É também difícil de justificar que para lecionar até a quarta série do ensino fundamental o professor domine os conteúdos curriculares dessas séries apenas em nível de ensino médio, enquanto para lecionar a partir da quinta em diante do ensino tenha que ter licenciatura plena em sua área. Tal fato ocasiona uma segmentação de gênero, fazendo do magistério das séries iniciais do ensino fundamental uma atividade quase que apenas feminina. O mesmo acontece em oposto onde os formadores justifiquem o currículo de graduação das licenciaturas de futuros professores, em função daquilo que ele deverá ensinar no ensino fundamental e médio. Deveremos analisar a formação do professor da educação básica como um todo, e não em segmentos. A educação escolar é, antes de tudo a implementação de uma política pública endereçada à constituição da cidadania, de valores morais para o bem
comum de uma sociedade. Quando forma médicos, contribui