Paper Vigiar E Punir
A mão invisível (não a de Adam Smith) que administra nosso dia-a-dia
ANÔNIMO
ANÔNIMO
Professor ANÔNIMO
INSTITUIIÇÃO ANÔNIMA
Antropologia Jurídica - Direito
29/11/2013
RESUMO
Na constituição civil, consta no preâmbulo que seria assegurado ao indivíduo o exercício de inúmeros direitos, dentre estes, o da liberdade. E então é comum escutarmos durante nossa vida que somos livres desde que nascemos (muito presente também em discursos otimistas), que podemos fazer o que nos der vontade. Entretanto, se somos livres para escolher o que queremos fazer, por que, por exemplo, um estudante que não sente vontade de estudar, “tem que estudar”? Observe que muitas pessoas já escutaram essa frase durante a vida, e que o verbo “ter” é empregado no modo imperativo, ou seja, como uma ordem a ser cumprida. Por que alguém que não sente vontade de trabalhar, “tem que trabalhar”? Por que se alguém não estuda ou não trabalha, mais cedo ou mais tarde tem a sensação de que está fazendo algo “errado” e logo começa a trabalhar ou estudar? Por que, se alguém estuda, tem que estudar em uma sala com os assentos devidamente organizados da forma que estes se encontram? Pois ora, se a constituição defende o direito do indivíduo à liberdade, por que ele é obrigado no decorrer da vida a executar tarefas que vão contra a vontade desse indivíduo? Se ele não tem vontade de executar tal tarefa, porque simplesmente não para de fazê-la? Tais questionamentos serão esclarecidos no eixo temático deste trabalho: analisar a Antropologia Cultural da punição e do poder a fim de encontrar a resposta para estas perguntas.
Palavras-chaves: Cotidiano, Prisão, Punição.
1 INTRODUÇÃO
Para dar início a reflexão sobre a antropologia cultural da punição e do poder, deve-se atentar ao sentido da palavra “cotidiano”. Cotidiano é aquilo que é habitual ao ser, que está presente no dia-a-dia. Por exemplo, o cotidiano de um ser comum para nós, seria um que acorda por