O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NA HUMANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE Maria Júlia Paes da Silva Professora livre-docente do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo "Amar a humanidade é fácil. Difícil é amar o próximo." (Henry Ford RESUMO O artigo se dispõe a fazer uma análise acerca do papel e influência da comunicação interpessoal no atendimento em saúde. Resgatando a compreensão do ser humano como alguém que possui códigos psicossociais (lingüísticos) e psicobiológicos (seu comportamento e expressão não-verbal), argumenta que os pacientes estão atentos e criam vínculos, basicamente, pela maneira como o profissional consegue ser coerente e complementar na sua comunicação verbal e não-verbal. Entre os princípios de comunicação expostos, está o de que não existe neutralidade nessas trocas de mensagens feitas entre as pessoas, e que toda comunicação possui duas partes: o conteúdo, o fato, a informação que queremos transmitir, e o que sentimos quando estamos interagindo com o outro. O conteúdo está ligado ao nosso referencial cultural (que é diferente entre o leigo e o profissional) e o sentimento que demonstramos ao interagir, que é percebido (mais ou menos conscientemente) pelo outro, porque as emoções/sentimentos são expressos da mesma maneira (com variações de intensidade) em todas as culturas humanas. Visto que os pacientes não conseguem avaliar os profissionais de saúde pela sua competência técnica (por não possuírem esse código), eles avaliam os profissionais pelo código de ser humano que é expresso principalmente por essa linguagem não-verbal. Para humanizar a assistência, portanto, precisamos tornar mais consciente esse código não-verbal que fala da essência do ser humano. UNITERMOS: bioética, comunicação, humanização, cuidados, cuidador, inconsciente
INTRODUÇÃO A origem da palavra comunicar está no latim comunicare, que tem por significado por em comum. Ela pressupõe o entendimento das partes envolvidas, e nós