Papa Bento XVI
Boletim Informativo da Campanha “Vinde, Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!” - Fevereiro de 2006
Patrick Hertzog/Getty Images
A lição dos números
N
inguém encontra explicação: os sociólogos discutem, os vaticanistas se interrogam, os especialistas em fenômenos de opinião pública estudam o problema.
Mas quem será capaz de dar uma resposta que satisfaça inteiramente? O fato surpreende: no pontificado atual, o número de peregrinos que acorre a Roma é notavelmente maior do que no tempo de S.S. João Paulo II, de tão saudosa memória.
O quadro comparativo com a quantidade de participantes nos atos pontifícios não deixa margem a dúvidas.
Como em nossa época a dogmática dos números se impõe, não podemos fugir à análise do problema: a que se deve esse aumento surpreendente de peregrinos?
Alguns procuram explicação comparando a linha de atuação dos dois Papas. Outros contrapõem a personalidade de um e de outro. No fundo, procuram encontrar os aspectos que mais agradariam ao público e que explicariam a maior ou menor atração das multidões por um dos dois.
Mas se nos detivermos nesse tipo de considerações, meramente humanas, esbarramos numa dificuldade, ao subirmos para o campo sobrenatural.
Com efeito, o Papa João Paulo II gozava, já em vida, de fama de santidade e, certamente — sem nos querermos adiantar ao juízo da Igreja — será beatificado em breve.
Então, um Papa que no decurso de um dos mais longos pontificados da história manifestou virtude tão eminente não deveria atrair muito mais do que o atual que está ainda no início de seu ministério?
É bem evidente que a virtude de um homem, ou o acerto de sua atuação, não se avalia pelo tamanho das
multidões que é capaz de arrastar atrás de si, nem pela popularidade que angariou. Sabemos que com freqüência a proclamação da verdade atrai a inimizade de muitos.
São Paulo, por exemplo, foi apedrejado pelo povo de
Listra, quando pouco antes a mesma gente o queria adorar como deus, por causa de