Panteras Negras

Os jogos Olímpicos de 68: o racismo norte-americano e o reconhecimento mundial dos Panteras Negras.

Imagem: Peter Norman (à esquerda) Tommie Smith (ao centro) e John Carlos (à direita), primeiro e terceiro lugar, respectivamente, fazendo a saudação Black Power em sinal de protesto durante a cerimônia de premiação da prova dos duzentos metros livres.

A foto é uma representação das Olimpíadas de 1968 realizadas no México. Ao subir no pódio, Tommie Smith, medalha de ouro e John Carlos, medalha de bronze, após vencerem uma das mais importantes provas do torneio, os 200 metros rasos, realizaram a saudação “Black Power”, um sinal de protesto utilizado pelos Panteras Negras, surgido na década de 60 que lutava pelo fim da repressão policial aos afro-americanos e por maior igualdade civil. Seguindo a filosofia de Malcolm X que bradava o orgulho de ser negro e não descartava o uso da violência, quando necessária, na luta pelos direitos civis da população negra, o grupo se tornou ameaça interna numero um do governo norte-americano, que visava uma sociedade igualitária e democrática apenas para brancos. Liderados por Huey Newton e Bobby Seale, o Partido dos Panteras Negras para auto-defesa, como originalmente se nominava, foi fundado no ano de 1966 em Oakland, Califórnia. Quando surgiram os Panteras tinham como objetivo patrulhar os guetos norte-americanos para coibir a violência policial contra os negros, entretanto; posteriormente, ganharam maior notoriedade ao transformarem-se num grupo marxista revolucionário e possuíam um programa dos 10 pontos.1 Apesar de estar inserido num contexto de luta pelos direitos civis – processo que começara a ocorrer muito recentemente; o Partido diferenciava-se em sua maior parte das ações dos dois maiores lideres da luta: sua postura era diferente daquela pacifista do pastor Martin Luther King e também não possuía o caráter islâmico de Malcom X. A ascensão do Partido se deu em fins dos anos 60 e durante a década de