Panoptismo
O dispositivo panóptico, descrito por Michel Foucault em Vigiar e Punir constitui um mecanismo que induz “um estado consciente e permanente de visibilidade que assegura o funcionamento automático do poder” em poucas palavras, o dispositivo visa disciplinar indivíduos.
O sistema panóptico é um edifício onde existem várias celas vigiadas por uma torre central que consegue ver todos os indivíduos aprisionados ao mesmo tempo. Quem está na cela, não tem visibilidade nenhuma sobre a torre de vigia, logo não sabe quando ou por quem está sendo observado. Para Foucault, o panóptico é uma invenção extraordinária porque fabrica efeitos de poder e pode ser utilizado também como uma máquina de fazer experiências, modificar o comportamento e reintegrar os indivíduos. A eficiência do dispositivo consiste no “ver sem ser visto”, pois dá a ideia de “a visibilidade é uma armadilha”.
A principal consequência do método é o surgimento de um sentimento de autorregulamentação, pois a possibilidade de ser vigiado a todo instante incita o indivíduo a assimilar uma série de condutas que permaneçam dentro de um limite “aceitável”, construindo um comportamento de natureza disciplinar nos vigiados.
Dessa forma, o panóptico incita uma garantia de ordem, pois ainda que a vigilância não seja de forma direta ou explícita, a simples possibilidade de estar sendo vigiado cria um efeito permanente no vigiado. Portanto, mais importante do que prisioneiro o tempo inteiro, era que o mesmo se soubesse vigiado. Logo, não era finalidade do Panóptico fazer com que as pessoas fossem punidas, mas que nem tivessem a oportunidade para cometer o mal, pois se sentiriam imersas num campo de visibilidade.
Em suma, o Panóptico desfaz a necessidade de combater a violência física com outra violência física, combatendo-a antes, com mecanismos de ordem psicológica.
A essência do Panóptico reside na centralidade da situação de inspeção, ou na construção, sem duvida ficcional, de uma espécie de