Pancreatite Crônica
A Pancreatite Crônica (PC), caracterizada por um processo inflamatório no pâncreas, gerando fibrose e atrofia nas células acinares que compõem a porção exócrina deste órgão, onde as enzimas são produzidas (KHOKHAR, A. S.; 2004), é clinicamente identificada por dor abdominal, podendo desencadear o Diabetes Mellitus (DM), em virtude da destruição das Ilhotas de Langherans, com redução da secreção de insulina e glucagon, e má digestão (CARVENTE, C. T.; et al 2012).
O pâncreas, órgão retro-peritoneal, situado atrás do estômago, cujo suprimento sanguíneo é dado pelas artérias mesentérica superior e celíaca, as quais provêem ao órgão substratos necessários ao desempenho de suas funções Endócrina, responsável pelo controle glicêmico, função desempenhada pelas Ilhotas de Langerhan, as quais possui tipos celulares chamados α, β e ∆ que produzem respectivamente insulina, glucagon e somatostatina e Exócrina caracterizada pela secreção de água, bicarbonato e enzimas digestivas (ROMERO, F. B; 2008), (TEIXEIRA, N. M; 2011).
Desde sua descrição inicial (Cawley em 1788) múltiplas publicações sobre a PC têm sido feitas, mas ainda hoje se mantém uma doença enigmática com patogênese incerta, curso clínico imprevisível e tratamento não definido (HORTA, A. B; et al 2009).
Sua etiologia é diversa, tendo como principais causas o excessivo consumo alcoólico e a hipertrigliceridemia, entre outras. Apesar dos mecanismos fisiopatológicos pelos quais essas afecções desencadeiam a inflamação do pâncreas ainda não terem sido totalmente identificadas (Brasil. Ministério da Saúde, 2011).
A incidência desta doença varia muito conforme a região. Na Inglaterra seu acometimento é em torno de 5,4/100.000 habitantes por ano e nos Estados Unidos de 79,8/100.000 habitantes por ano (TOSKES, P. et al., 2006). No Brasil, apenas no ano de 2010, ocorreram 22.872 mil internações por pancreatite e outras doenças do pâncreas, o que representa aproximadamente 2% do total de internações por