Palavra impressa
- O surgimento da Imprensa periódica: ordenar um espaço complexo O Brasil foi um país atrasado em relação à criação dos papéis impressos. Enquanto na Europa surgia no século XV, nas Américas nasce somente no século XVII. Nos territórios pertencentes à coroa portuguesa a censura prévia era exercida pelo poder civil e pelo eclesial como Visconde de Cairu e marquês de Maricá. Muito antes de essas datas ocorrerem foi possível perceber mais de trezentas obras de autores nascidos no Brasil incluindo não só livros, mas impressos anônimos. Antonio Isidoro da Fonseca chegou a publicar quatro pequenas obras, mas foi abortado pela coerção das autoridades. A imprensa no Brasil teve muito atraso, e muita censura, mas isso não é suficiente para dar conta da complexidade de suas características numa sociedade em mutação. Além desses dois fatores pode-se levar em conta o de que o surgimento da imprensa periódica no Brasil não se deu numa espécie de vazio cultural, mas em meio a uma densa trama de relações e formas de transmissão já existentes, na qual a imprensa se inseria. Na passagem do século XVIII para o XIX grupos políticos com alguma estabilidade e identidade formavam-se baseados em vínculos diferenciados, como vizinhança, parentesco, interesses materiais ou afinidades intelectuais que poderiam mudar o contexto, afinal as identidades políticas eram mutáveis, ainda mais naquela época. É dentro dessas tramas que surge a imprensa, longe de ser um papel sagrado, marcava e era marcada por vozes, gestos e palavras. Dessa forma, é importante compreender que a primeira geração da imprensa periódica no Brasil não surge no vazio, mas baseada em experiências perceptíveis, essa mesma imprensa se consolidou sob determinadas condições e características que não eram as de uma democracia moderna.
- Correio, Gazeta, e outras experiências pioneiras
A data do surgimento da imprensa no Brasil foi em 1808, quando o Correio Braziliense referia-se