PADRÕES DE CONSUMO E ENERGIA: EFEITOS SOBRE O MEIO AMBIENTE E O DESENVOLVIMENTO
1. INTRODUÇÃO
A compreensão da atual crise que afeta economia, sociedade e meio ambiente é derivada da crise que afetou o mundo da ciência a partir da segunda metade do século XX, pela sua excessiva fragmentação, perde-se a visão do todo e consequentemente ocorre a separação entre homem e natureza (GALLO, 2007) Na atual cultura, a natureza se opõe à cultura, que é tomada como superior e capaz de dominar a natureza, desconsiderando o aspecto que o homem também é parte da natureza (GONÇALVES, 1989).
Derivado do pensamento cartesiano, o conhecimento passa a ter caráter pragmático, o homem é colocado no centro do mundo, sendo assim possuidor do método científico e legitimando a natureza como um recurso disponível para atingir um fim (GALLO, 2007).
A atual ciência econômica considera a natureza como fonte de recursos naturais. Esse modelo econômico teve início, principalmente, na primeira Revolução Industrial e entrou num ritmo de crescimento nunca visto até então, intensificado posteriormente pela expansão do uso de petróleo como fonte de energia (GALLO, 2007). O desenvolvimento tecnológico possibilitou a produção de uma infinidade de produtos, dando origem a sociedade do consumo. Por muito tempo acreditou-se que o consumo ilimitado seria possível a todos no planeta (GALLO, 2007).
Criou-se o discurso que a globalização naturalmente (e fantasiosamente) produziria o bem-estar da sociedade e o equilíbrio macroeconômico, apropriando-se assim da noção de desenvolvimento (ARBIX; ZILBOVICIUS, 2001). Dessa forma, nas últimas décadas do século XX, princípios antes intocáveis, como o da universalidade do bem-estar social, foram postos de lado, programas sociais foram eliminados ou privatizados e, níveis mais elevados de desemprego e redução de impostos sobre empresas e grandes rendas foram aceitos (GALLO, 2007). É inaceitável o pensamento que danos sociais e ambientais sob o