Paciente terminal
ARTIGOS
A experiência estética sob um olhar fenomenológico1 Alice Casanova Reis
Doutoranda. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e do Trabalho. Universidade de São Paulo (USP). São Paulo. São Paulo. Brasil. alicecasanova@yahoo.com.br
RESUMO
Este artigo enfoca a experiência estética como um fenômeno centrado na percepção sensível. O trabalho desenvolve-se por meio de uma pesquisa em psicologia social baseada na fenomenologia, sobretudo nas vertentes de Merleau-Ponty e Dufrenne. A experiência estética é concebida como um modo de relação mediado pela percepção sensível de um objeto estético. São analisados diversos aspectos envolvidos na experiência estética: sua dimensão sensível e relacional; de que modo se constituem nessa experiência o sujeito e o objeto estético; a corporeidade da experiência estética; a questão da intencionalidade na estética; a experiência estética da Natureza. Conclui-se que há uma significação ontológica na experiência estética, pois ela se configura como abertura ao diferente a partir do contato com a alteridade, promovendo no sujeito um novo olhar sobre a realidade. Pontua-se ao final a relevância dessa experiência para a Psicologia Social.
Palavras-chave: Experiência estética; Percepção; Alteridade; Psicologia social; Fenomenologia. Estética: uma entrada no sensível
Ao falar em estética, comumente nos remetemos ao campo da arte. No entanto, estética é algo mais amplo: o termo vem do grego aesthesis = sensível; portanto, comporta uma série de fenômenos ligados à dimensão da sensibilidade. Este artigo tem como objetivo refletir sobre a experiência estética como um fenômeno centrado na percepção sensível. O trabalho desenvolve-se por meio de uma pesquisa em Psicologia Social, baseada na fenomenologia e tendo como principais fontes Merleau-Ponty (1969, 2004, 2005, 2006) e Dufrenne (1953a, 1953b, 1967a, 1967b, 2008).
Nessa perspectiva, a experiência estética se configura a