paciente terminal
Rev. Bras. enferm. vol.60 no.3 Brasília May/June 2007
Aline Cristine de OliveiraI; Lílian SáII; Maria Júlia Paes da SilvaIII
1. INTRODUÇÃO
Houve um tempo em que nosso poder sobre a morte era muito pequeno e hoje, que esse poder aumentou, a morte foi definida como inimiga, e fomos possuídos pela fantasia onipotente de nos livrarmosde seu toque(1).
A fantasia onipotente, que permitiu que a sociedade moderna acreditasse que seu poder sobre a morte aumentara consideravelmente, foi decorrente das modificações sociais e tecnológicas que culminaram, na área da saúde, com o domínio de sofisticadas tecnologias diagnósticas e terapêuticas. Essas tecnologias fizeram aumentar as expectativas tanto dos pacientes/clientes quanto dos profissionais da saúde, na medida em que tornaram possível intervir e modificar o corpo e, até mesmo, adiar questões que se relacionam com o final da vida.
Se por um lado a sociedade moderna cria, com a urbanização e a industrialização, condições para que haja aumento na expectativa de vida,ela também contribui para um significativo aumento na incidência de doenças crônico degenerativas, como o câncer.
Sendo assim, os profissionais da área da saúde, recorrem aos avançados métodos diagnósticos e terapêuticos, para fazer frente às doenças crônico degenerativas, de modo que o objetivo principal torna-se manter a vida a qualquer custo, para aumentar a expectativa de vida e afastar a morte iminente. Dessa forma, os limites entre a vida e a morte que pareciam tênues e reservados às características biopsicosociais e espirituais de cada indivíduo, passam a ser bombardeados com aquilo que há de mais moderno na tecnologia biomédica atual.
Uma vez delineadas as transformações pelas quais o cenário da vida moderna tem passado, é que se pode analisar a principal conseqüência de todo esse processo, no que diz respeito ao atendimento e aos cuidados prestados aos pacientes fora de