Overdose digital
“For everything you have missed, you have gained something else, and for everything you gain, you lose something else.””
Milagre ou Maldição?
Quem não conhece um viciado em tecnologias? Quem nunca pensou se estaria a ser vítima deste vício? Conseguiríamos permanecer sem internet por poucos dias? E a que custo?
Olhemos em redor que nos saltará à vista uma mão cheia de casos para alimentar um exagero que grande parte experimenta. Criou-se um hábito de tal forma enraizado que já não imaginamos voltar à ignorância (?) de outros tempos. Pior; não percebemos como poderíamos viver nela.
Como me parece natural, algo que se transforma tão rotineiro teria, de uma forma ou de outra, alterar a nossa maneira de ver, pensar adquirir e passar conhecimento, contudo, agora, além da diferença de valores e preferências culturais, surge um novo fosso entre as gerações: o neurológico.
O psicanalista Gary Small, director do Centro de Pesquisa em Memória e Envelhecimento da Universidade da Califórnia, com alguns estudos sobre as alterações provocadas pela internet no cérebro, fez uma experiência com 24 voluntários dos 55 aos 76 anos, em que estes foram submetidos a testes com ressonância magnética funcional enquanto pesquisavam na web. Small verificou que alguns circuitos neuronais são fortalecidos, ou seja, fazemos mais com o cérebro gastando menos energia.
Os resultados evidenciaram também que as pessoas com experiência de uso de internet tinham duas vezes mais actividade cerebral em áreas relacionadas com tomadas de decisões e raciocínios complexos. Isto demonstra que a internet activa mais áreas do cérebro do que, por exemplo, ler. (figura 2)
Figura 2. Contraste entre as áreas activas aquando a leitura (esq.) e quando conectados na Web (drt.)
No entanto, a super exposição tem efeitos nocivos!
Com o desenvolvimento feroz da tecnologia, todas as gerações são tocadas pelos gadgets mais recentes, notando-se uma maior presença no sector mais jovem,