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Celulares e notebooks de última geração, redes sociais e jogos on-line. Como lidar com os filhos.com
A molecada está ligada. Literalmente. As crianças mal conseguem sentar-se sem perder o equilíbrio e já ficam encantadas com os celulares dos adultos. Aos 3 aninhos, manipulam o mouse do computador com facilidade de fazer inveja a muito marmanjo. Lá pelos 7, 8 anos, imploram por um iPhone e um notebook, têm perfil em redes sociais e aniquilam adversários internacionais em jogos da web. Ufa! É muita coisa mesmo. Sobretudo aos olhos dos pais, que, por mais acostumados com tecnologia que estejam, foram alfabetizados com livros de papel, faziam suas pesquisas em enciclopédias pesadonas e, quando adolescentes, achavam o máximo da modernidade carregar um tocador de CDs portátil — lembra-se deste?
A bela paulistaninha da foto acima, Maitê Azevedo, de 8 anos, é um exemplo clássico desta geração filhos.com. Com 4 anos, quando já era uma expert na arte de ver televisão, debutou no mundo digital ao ganhar um videogame. Aos 6 anos, em pleno processo de alfabetização, os presentes foram outro jogo eletrônico — este portátil — e o primeiro celular. No aniversário seguinte, completou a parafernália com um notebook. Tudo isso, no entanto, não faz dela um ser misantropo. Maitê tem uma porção de coleguinhas, joga tênis, pratica ginástica olímpica e sapateado e frequenta aulas de circo e escalada. A mãe, a empresária Maria Inez Azevedo, garante que a filhota caçula é muito sociável. “Quando peço, ela larga o computador e vai brincar com as amiguinhas numa boa”, diz. Assim como a garota, milhares de crianças se dividem entre o mundo real e o virtual. Meninos e meninas entre 2 e 11 anos representam 14% dos usuários da internet doméstica, acessada a partir de computadores e aparelhos pessoais, segundo dados do Ibope. Há dez anos, essa faixa etária não representava mais de 6% dos usuários.
O lado positivo da overdose de tecnologia é o