Os seres humanos e o combate às drogas
O uso de drogas é algo presente na humanidade há milênios. Talvez antes do homem se tornar o que é o uso já ocorresse. As diversas populações e sociedades existentes, as tribos indígenas, as civilizações ocidentais e orientais, possuem um histórico relevante quanto o uso de substâncias que alteram a consciência e o humor.
Algumas pessoas, contudo, costumam deixar de lado todas as áreas da vida para dedicarem-se exclusivamente ao uso de drogas. A maioria consegue conciliar suas vidas e atividades, sobretudo as profissionais, com o uso de substâncias. O que então existe de diferente nas pessoas que são ditas dependentes?
O foco da sociedade está cada vez mais em responsabilizar as drogas pelo problema social inerente ao uso de substâncias, o que é entendível, uma vez que muitos cometem atrocidades, crimes, para obtê-las. Todavia, as drogas são as drogas; as mesmas moléculas que afligem alguns são aquelas que produzem afeitos mais amenos, embora também maléficos, em outros. Talvez o foco dos estudos, da sociedade, deveria estabelecer-se nessa minoria que é dita dependente.
A padronização e entendimento pluralizado dos dependentes acabam por os excluir da sociedade e não resolver o problema inerente ao uso, uma vez que este não é compreendido de maneira plena; as clínicas, por mais bem intencionadas que sejam, algumas vezes acabam por subtrair aquilo que restou de sentimento de pertencimento à sociedade daqueles que são acometidos de maneira grave. A discriminação e segregação é visível quando é necessário para muitos um virtual e fantasioso anonimato, que visa resguardar os acometidos da verdade de que um dia eles estiveram internados.
Ora, se a internação compulsória foi algo benéfico para alguns porque ela necessitaria ser mantida em anonimato? De certo, para muitos, o preconceito é sentido na pele e, a vergonha é um sentimento recorrente, que expressa a emoção do medo de serem mais uma vez excluídos. Enganados, os anônimos vivem tal medo