Os programas de transferência de renda: inserção no contexto ao Sistema Brasileiro de Proteção Social
Para entendermos como a questão da desigualdade racial tem perpassados séculos no Brasil, é necessário trazermos a discussão acerca do processo sócio-histórico da população negra no Brasil, a fim de fazer um resgate da sua presença em nosso país marcada por muitas disparidades sociais, preconceitos e também por muitas lutas reivindicatórias.
Segundo o historiador Gilberto Cotrim (2005), mais precisamente a partir do século XVI até o século XIX houve a presença exorbitante de escravos africanos trazidos para o Brasil. Os colonizadores europeus via no comércio negreiro uma grande fonte de lucros, já que a sociedade escravista permitia tal relação de subjugação do homem pelo próprio homem.
Diante disso, observamos que o negro pela sua condição de escravo era considerado mercadoria num sistema mercantil. Em relação às atividades desenvolvidas pelos escravos, estava presente o trabalho na lavoura, no comércio e em trabalhos domésticos (Gilberto Cotrim, 2005). Nesse contexto, observamos o quanto os negros pela sua condição de escravo eram tratados como coisas e não como gente numa sociedade patriarcal.
Porém, é válido ressaltar que esse segmento social não tem se calado diante séculos de opressão das classes dominantes deste país. As reivindicações deste segmento social por melhores condições de vidas dignas na sociedade e pelo fim do preconceito não tiveram fim com a abolição da escravatura, pelo contrário, esse movimento tem sido continuo tendo em vista que:
Mas de um século depois da abolição da escravatura no Brasil, ainda pesa sobre os negros e seus descendentes a herança de mais de trezentos anos de escravidão. Estatísticas recentes mostram que, apesar das conquistas, são eles os mais atingidos pelo problema da miséria, da fome, da falta da moradia, do desamparo à educação e da falta de assistência à saúde. Muitos recebem salários baixos.
Terminada a escravidão, resta a tarefa de combater o preconceito (que inconcebivelmente,