Os processos de planejamento na construção das politicas sociais no Brasil
Historicamente, o estudo das políticas sociais deve ser marcado pela necessidade de pensar as políticas sociais como “concessões ou conquistas”, na perspectiva marxista (Pastorini, 1997, p.85), a partir de uma ótica da totalidade. Dessa forma, as políticas sociais são entendidas como fruto da dinâmica social, da inter-relação entre os diversos atores, em seus diferentes espaços e a partir dos diversos interesses e relações de força. Surgem como “[...] instrumentos de legitimação e consolidação hegemônica que, contraditoriamente, são permeadas por conquistas da classe trabalhadora” (Montaño, 2007, p.39).
A política econômica e a política social estão relacionadas intrinsecamente com a evolução do capitalismo (conforme proposta de refl exão), fundamentando-se no desenvolvimento contraditório da história (Vieira E., 2007, p.136). Tais políticas vinculam-se à acumulação capitalista e verifi ca-se, a partir daí, se respondem às necessidades sociais ou não, ou se é mera ilusão.
Segundo Vieira E. (1995, p.15), a acumulação é o “[...] sentido de concentração e de transferência da propriedade dos títulos representativos de riqueza”. As transformações ocorridas nas revoluções industriais acarretaram uma sociedade com um vasto exército de proletários. A política social2 surge no capitalismo com as mobilizações operárias e a partir do século XIX com o surgimento desses movimentos populares, é que ela é compreendida como estratégia governamental.
Com a Revolução Industrial na Inglaterra, do século XVIII a meados do século XIX, esta trouxe