Os problemas fundamentais da estética: Boileau e Diderot.

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O “século da crítica” Cassirer em um de seus textos célebres da obra “Filosofia do Iluminismo” inicia uma discussão, partindo de seu contexto histórico, sobre o surgimento da estética teórica. Ela nasce precisamente no Século do Iluminismo onde os grandes pensadores da época criaram laços estreitos entre a filosofia e a crítica estética e literária. Mas para existir esses laços é necessária uma correspondência rigorosa e expressa em conceitos precisos com os sistemas filosóficos vigentes na época, como o pensamento de Descartes por exemplo.

A estética clássica e o problema da objetividade do belo A ambiciosa filosofia de Descartes tem a intenção de englobar não apenas as ciências, mas todos os aspectos e momentos do agir, ou seja, de toda atividade humana, que pelo pressuposto filosófico necessariamente deve ser regida pela razão. Com isso a arte não escaparia de todo esse sistema e como consequência se torna submetida a ele. O espírito do cartesianismo fundado no Cogito cada vez mais se expande pela época e como consequência essa lei é energicamente estendida ao domínio da teoria estética, mas para criar essa visão sintética e unificada entre formas fenomenais tão diversas é preciso deduzi-las a partir de um mesmo principio.

Nicolas Boileau-Desprèaux Em matéria de método para se atingir esse objetivo a estética do século XVIII procura e exige um Newton da arte para a descoberta das leis que a rege. E quem se propõe a esse desafio é Boileau o chamado “Legislador do Parnaso” que através do paralelismo das artes e das Ciências eleva a estética ao nível de uma ciência exata. E o principio que fundamenta esse paralelismo está no poder absolutamente único e soberano da “razão”. Nesse cenário de profunda supervalorização e culto à razão começa a se formar a chamada Doutrina clássica e Boileau com sua obra “A arte poética” é um dos maiores representantes e um dos pensadores inaugurais desse

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