Os problemas com abeleza
Apreciar um quadro
Na realidade, não existem quaisquer razões erradas para se gostar de um quadro, de uma escultura ou de obras de arte em geral. Alguém pode simplesmente gostar de uma paisagem, por exemplo, porque ela lhe faz recordar da sua terra natal, sua infância ou de bons momentos de sua vida. Todos nós, quando vemos um quadro, estamos fadados a recordar mil e umas coisas que influenciam nosso agrado ou desagrado. Muitas pessoas gostam de ver o que também lhes agradaria ver na realidade; esquecendo-se de que a beleza de um quadro não reside exatamente na beleza de seu tema.
O grande problema com a beleza é que gostos e padrões do que é belo variam imensamente. O que ocorre com a beleza ocorre também com a expressão. Pois, é freqüentemente a expressão de uma figura na pintura que nos leva a gostar da obra ou detestá-la. Algumas pessoas gostam de uma expressão que possam facilmente entender e que, portanto, as comovam profundamente. Mas ainda que essa intensa expressão de sentimentos nos cative, não devemos, por essa razão, voltar às costas a obra de arte cuja expressão talvez seja mais complexa ou menos complexa (menos fácil de entender).
Existem duas coisas que devemos perguntar sempre que acharmos falhas na exatidão de um quadro: 1- uma é se o artista não teria suas razões e motivos para mudar a aparência daquilo que viu; 2- outra, é que nunca deveríamos condenar uma obra-de-arte por estar ou parecer incorretamente “desenhada”, produzida, composta, a menos que tenhamos profunda convicção de estarmos certo e o artista errado*. Temos o curioso habito de pensar que a natureza deva parecer sempre com as imagens a que estamos acostumados. Nós somos inclinados a aceitar somente as formas e cores convencionais como as únicas corretas.Mas, se tentarmos olharmos o mundo como se tivéssemos acabado de chegar de um outro planeta numa viagem de descobertas e o víssemos pela primeira vez, talvez concluíssemos que as coisas são