Os Muiscas
Os muisca ocuparam parte dos actuais departamentos de Cundinamarca e Boyacá na zona andina central, estando o seu maior núcleo nos planaltos de Bogotá. Ao que parece o seu lugar de origem foi a América Central dispersando-se, posteriormente, ocupando uma vasta extensão da Colômbia ao Equador, incluindo a região andina venezuelana; devendo terem-se apegado às zonas altas em consequência das migrações de grupos caribes provenientes da Amazónia.
Entre 500 a.C. e o ano de 800 d.C. chegou uma nova onda de povoadores cuja presença é indicada por cerâmica pintada e por obras de adequação agrícola e habitações. Estes grupos permaneceram até à época da invasão espanhola, deixando abundantes indícios da sua ocupação mediante os quais, e com a ajuda dos testemunhos escritos do século XVI podemos reconstituir de forma detalhada o seu modo de vida e organização socio-política. Ao que aprece, os muiscas integraram-se na população anterior, porém foram os muiscas que definiram o perfil cultural e a língua estreitamente relacionada com a dos povos da Sierra Nevada de Santa Marta e a vertente da Sierra Nevada de Cocuy.
A confederação muisca era a unidade político-administrativa conformada à data do contacto com os espanhóis em 1537. Esta organização pressupunha o predomínio das psihipkua – chefes ou caciques – dentro de cada comunidade. A origem e parte da explicação de unidades políticas que transcendiam a comunidade devem ser encontrada nos laços de parentesco, como os que existiam entre os caciques de Bacatá e Chía, Tunja e Ramiriquí ou Duitama e Tobasia. Ainda que a necessidade de unir-se para executar obras, comerciar ou aliar-se temporariamente durante as guerras, tenha desempenhado também um papel na articulação confederativa; entre os muiscas a tendência preponderante chegou a ser a subjugação das comunidades mais débeis pelas mais fortes, por meios militares.
O cacique dominante dentro de uma confederação respeitava o governo autónomo dos caciques