os males e os beneficios
O exemplo mais fácil desse fenômeno são os conflitos entre torcidas organizadas. O estopim pode ser traduzido pela ideia de que se deve “mostrar a verdade” para o outro, mesmo que essa verdade seja o quanto a minha torcida é mais forte do que a sua. Apesar de ter nos espaços esportivos o seu cenário mais comum, esse movimento não tem sido restrito a eles.
Atualmente vemos uma intensa certeza de que estamos do lado da “verdade”, e que ela só pode ser alcançada se o indivíduo compartilhar do “meu” conjunto de ideias. Mais grave do que isso ainda é o passo seguinte dessa “cruzada” pelo “lado correto” das coisas: o indivíduo não consegue afastar seu senso crítico da participação ou não em determinado grupo. E isso é reforçado por um maniqueísmo que ganha em intensidade na atualidade.
Vemos isso na política, em que os partidos tornaram-se torcidas organizadas. As cores partidárias valem mais que um projeto de comunidade. Os integrantes destas “torcidas organizadas” parecem funcionar em lógica binária: ou você é pró-partido ou é contrário a ele. A crítica ao aliado ou o elogio ao adversário coloca você irremediavelmente contra o grupo.
Vemos isso na religião, na qual as torcidas parecem acreditar que ser de um grupo ou de outro, diferente, classifica o indivíduo como digno ou não de ser respeitado, como se o mundo se dividisse em “salvos” e “malditos”. Na verdade, hoje vemos isso em diversas áreas da vida em sociedade que exigem algum nível de interação e discussão de ideias.
As pessoas tentam se contrapor a esse movimento utilizando-se dele: atacam tudo e todos para romper com “a