Os Lusíadas: Soberania Portuguesa em a Batalha do Salado
Alaís Contiero dos Santos
Fabiane David Luz
RESUMO: A Batalha do Salado (1340) ocorreu em solo castelhano e representou uma disputa entre cristãos e mulçumanos pela ocupação territorial. Entre os vitoriosos (os cristãos) encontra-se a figura do povo português, representado aqui por seu rei, Afonso IV. Compreendendo a presença do exército português como essencial para a vitória, admite-se assim, o motivo de Luis de Camões cantá-lo em sua epopeia. Diante disso, este esboço objetiva refletir como o poeta amplifica e atesta a soberania portuguesa nesta batalha, apresentada em Os Lusíadas no Canto III, estrofes 107 a 117.
Palavras-chave: Batalha do Salado; soberania portuguesa; Os Lusíadas.
INTRODUÇÃO
A Batalha do Salado foi protagonizada por cristãos e mulçumanos que disputavam pela ocupação territorial de Espanha. Com o intuito de eliminar a possibilidade da ocupação de Portugal, Afonso IV, rei de Portugal, alia-se ao genro, Afonso XI, rei de Castela. Apesar de apresentar-se numeroso, o exército mulçumano não vence a batalha, o que atribuiu aos cristãos o título de heróis. Na busca por detalhes da batalha, verifica-se a existência de algumas crônicas e outros escritos que narram o fato ocorrido a outubro 1340, em terras castelhanas. Dentre as publicações temos a narrativa XXI contida no Livro das Linhagens de D. Pedro, que possuí valor histórico, além disso, temos a obra de Luís de Camões, Os Lusíadas, que também ilustra a batalha.
Identificando a importância de Os Lusíadas para atestar a formação da identidade portuguesa, faz-se necessário verificar, pelo viés literário, como o sentimento de vitória manifesta-se em relação à batalha do Salado, apresentada pelo autor nas estrofes 107 a 117, do Canto III. O desenvolvimento deste trabalho se dará por meio da contextualização do fato, assim como, da constatação dos recursos utilizados por Camões para exaltação de seu povo nos trechos