espirito da lei capitulo 5
As leis que o legislador cria devem ser relativas ao princípio de governo
CAPÍTULO I
Idéia deste livro
Acabamos de ver que as leis da educação devem ser relativas ao princípio de cada governo.
Aquelas que o legislador dá a toda a sociedade também devem relacionar-se com ele. Esta relação das leis com este princípio estica todas as molas do governo, e o princípio recebe disto, por sua vez, urna nova força. É assim que, nos movimentos físicos, a ação será sempre seguida de uma reação.
Vamos examinar esta relação em cada governo; e começaremos pelo Estado republicano, que tem a. virtude como princípio.
CAPÍTULO II
Que é a virtude num Estado político
A virtude, numa república, é uma coisa muito simples: é o amor pela república; é um sentimento, e não uma série de conhecimentos; o último homem do Estado pode possuir este sentimento, assim como o primeiro. Uma vez que o povo possui boas máximas, ele as guarda por mais tempo do que o que chamamos os homens de bem. É raro que a corrupção comece com ele. Muitas vezes, ele tirou da mediocridade de suas luzes uni apego mais forte ao que está estabelecido.
O amor à pátria leva à bondade dos costumes, e a bondade dos costumes leva ao amor à pátria. Quanto menos conseguimos satisfazer nossas paixões particulares, mais nos entregamos às gerais. Por que os monges gostam tanto de sua ordem? É justamente pela mesma razão que faz com que ela lhes seja insuportável. Sua regra priva-os de todas as coisas sobre as quais se apóiam as paixões normais; resta então esta paixão pela própria regra que os aflige. Quanto mais austera, isto é, quanto mais reprime suas tendências, mais dá força àquelas que lhes deixa.
CAPÍTULO III
Que é o amor à república na democracia
O amor à república, numa democracia, é o amor à democracia; o amor à democracia é o amor à igualdade.
O amor à democracia é também o teor à frugalidade. Cada um deve possuir a mesma felicidade e as mesmas vantagens, deve experimentar os