Os lusíadas – canto iii inês de castro
História que se tornou lenda e mito, a Literatura fez deste episódio histórico fonte de constante recriação. Em toda expressão cultural, o mito sempre é fortalecido pelo campo histórico, e não por ele anulado ou vencido. A tragédia da morte de Inês encontra na pena de artistas a garantia de uma fecunda permanência e perpetuação, possibilitando a atualização do tema e sua permanente revisitação.
Sendo, ao mesmo tempo uma passagem histórica e lírica, e tendo como temática principal o mal que o amor pode causar; também Camões no seu Os Lusíadas narra a triste história do amor de Pedro e Inês de Castro. Inserida no contexto da história de Portugal, entre as instâncias 118 a 135, do Canto III, é Vasco da Gama que narra “o caso triste e dino da memória / que do sepulcro os homens desenterra”.
Inês é a “mísera e mesquinha / que despois de ser morta foi rainha”, cujo único foi o de muito amar. E este amor foi o responsável por sua morte. Um amor tão forte quanto cruel, tratado aqui como uma divindade, não se satisfaz com lágrimas e com tristeza. Em vez disso, exige sacrifício humano, sangue humano em seus altares, é uma força devastadora para os corações humanos.
A narrativa é