Os lusíadas – canto iii inês de castro

1006 palavras 5 páginas
O amor de Pedro e Inês como tema intemporal tornou-se universal. A história, que foi registrada por cronistas da época, pode, em seus dados históricos, ser assim resumida: Inês de Castro, da importantíssima família castelhana Castro, veio a Portugal como dama de companhia da princesa Constança, noiva de D. Pedro, herdeiro do rei D. Afonso IV. O príncipe apaixona-se pela moça, que acaba por tornar-se sua amante, com a qual teve filhos, ainda em vida da princesa, sua esposa. Tal ligação entre o príncipe e sua amante não foi bem vista pelo rei, que temia fosse seu filho envolvido com membros da família do pai de Inês de Castro. O crime causou um longo conflito entre o príncipe e o pai e culminou com a morte de Inês, degolada pelos conselheiros do rei quando o príncipe estava fora, em caçada.
História que se tornou lenda e mito, a Literatura fez deste episódio histórico fonte de constante recriação. Em toda expressão cultural, o mito sempre é fortalecido pelo campo histórico, e não por ele anulado ou vencido. A tragédia da morte de Inês encontra na pena de artistas a garantia de uma fecunda permanência e perpetuação, possibilitando a atualização do tema e sua permanente revisitação.
Sendo, ao mesmo tempo uma passagem histórica e lírica, e tendo como temática principal o mal que o amor pode causar; também Camões no seu Os Lusíadas narra a triste história do amor de Pedro e Inês de Castro. Inserida no contexto da história de Portugal, entre as instâncias 118 a 135, do Canto III, é Vasco da Gama que narra “o caso triste e dino da memória / que do sepulcro os homens desenterra”.
Inês é a “mísera e mesquinha / que despois de ser morta foi rainha”, cujo único foi o de muito amar. E este amor foi o responsável por sua morte. Um amor tão forte quanto cruel, tratado aqui como uma divindade, não se satisfaz com lágrimas e com tristeza. Em vez disso, exige sacrifício humano, sangue humano em seus altares, é uma força devastadora para os corações humanos.
A narrativa é

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