Os lusiadas
2 – Podemos encontrar como marca de invocação, as formas verbais “invoco” e “ajudais”, esta última no imperativo; as referências à 2º pessoa com o determinante possessivo “vosso” e 1ª pessoa em “me”, bem como o vocativo “Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego”.
3 – Neste conjunto de estâncias, é possível verificarmos características biográficas do sujeito poético: assim sabemos que se dedicou à carreira das armas e, ao mesmo tempo, à literatura (“Numa mão sempre a espada, e noutra a pena.”); que viveu grande parte da sua vida na miséria (“ com pobreza avorrecida”) e foi desterrado (“ por hospícios alheios desterrado”). Que sobreviveu a um naufrágio (“ escapando a vida/que dum fio pendia tão delgado”) e, finalmente, que teve expetativas frustradas quanto ao reconhecimento da sua obra pelos detentores do poder (“ senão que aqueles, que eu cantando andava/tal prémio de meus versos me tomassem.”.
4 – A anáfora “agora” aparece nestes versos com a intenção de enfatizar a importância destes factos na sua vida presente, o viajar pelos mares e vivenciar os perigos, viver na miséria e sem esperança, tendo já