Os lusíadas
“ Mas um velho de aspeito venerando, que ficava nas praias, entre a gente, postos em nós os olhos, meneando três vezes a cabeça, descontente, a voz pesada um pouco alevantando, que nós no mar ouvimos claramente, Com um saber só de experiências feito, tais palavras tirou do experto peito: Ó glória de mandar! Ó vã cobiça. Desta vaidade, a quem chamamos Fama! Ó fraudelento gosto, que se atiça com uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça fazer no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, que crueldades neles experimentas! ’’
Os Lusíadas
“Os Lusíadas” de Luis Vaz de Camões é considerado o maior poema épico da língua portuguesa.
Os valores humanos e poéticos que a obra apresenta faz com que o poema mantenha perene atualidade.
Segundo o Prof. Vitor Ramos, “há em Os Lusíadas elementos para dar o que pensar ao leitor de hoje, sobretudo se ele os examinar à luz dos problemas do seu mundo.” O canto IV da obra os lusíadas apresenta o episodio do velho do restelo, o qual evidencia o confronto entre visão empreendedora (Vasco da Gama) e a visão conservadora do velho do restelo.
O discurso proferido pelo Velho do Restelo se apresenta como a voz do bom senso, criticando a estranha condição humana que muitas vezes não mede as consequências perante a ambição desmedida e incontrolada.
Seja qual for a época em que nos situamos, podemos afirmar, com grande realismo, que o discurso do Velho do Restelo traduz uma realidade da vida atual.
Embora a epopeia tenha sido escrita no séc. XVI, podemos relacionar este tema com tantos outros da atualidade ligados ao âmbito ético, social e sobretudo ambiental.
Podemos destacar o exemplo de diversos tipos de