Os Lusiadas - canto X
De Luís de Camões
Epopeia
As epopeias são narrativas em verso de feitos extraordinariamente notáveis e invulgares, realizados por um ou mais heróis. São o motivo de orgulho de todo um povo ou grupo, que com eles se identifica e a quem recorre no momento de tirar elações e ensinamentos de vida (função pedagógica).
Poema épico - Trata-se de uma modalidade de narração em verso. Com uma ação grandiosa em que contracenam heróis grandiosos e representativos de um povo (neste caso, Vasco da Gama e outros heróis portugueses, representantes do peito ilustre Lusitano). Que contracenam também com personagens humanas e mitológicas num espaço vasto no caso, Europa, África, Ásia e num período de tempo.
Estrutura externa da obra
É um poema dividido em 10 cantos. As estrofes são todas oitavas, ou seja, possuem 8 versos, que são na sua grande maioria decassílabos heroicos (acentuados na sexta e décima sílabas métricas).
Relativamente à rima, ela é simultaneamente cruzada e emparelhada, obedecendo ao esquema: a b a b a b c c (rima cruzada nos seis primeiros versos, e emparelhada nos dois últimos).
Esta estrutura externa é semelhante à das epopeias clássicas.
Estrutura interna da obra
É na sua estrutura interna, isto é, no desenvolvimento do assunto, que Os Lusíadas se revelam mais claramente como uma epopeia clássica apresentando a seguinte estrutura:
Invocação – Canto I, estrofes. 4-5, o poeta pede ajuda a entidades mitológicas, chamadas musas. Isso acontece várias vezes ao longo do poema, sempre que o autor precisa de inspiração;
Dedicatória – Canto I, estrofes 6-18;
Narrativa - organiza-se em quatro planos: o da viagem, e o dos deuses, em alternância, ocupam uma posição importante. A História de Portugal está encaixada na viagem. As considerações pessoais aparecem normalmente nos finais de canto e constituem, de um modo geral, a visão crítica do poeta sobre o seu tempo.
Mitologia - As figuras mitológicas proporcionam um encadeamento lógico à