Quadras populares de Fernando Pessoa
Camões escreveu Os Lusíadas sob a forma de narrativa épica ou epopeia, forma muito utilizada na Antiguidade Clássica e que Camões conhecia bem. Definição de epopeia
Uma epopeia, forma literária da Antiguidade Clássica, define-se como uma narrativa, estruturada em verso, que narra, através de uma linguagem cuidada, os feitos grandiosos de um herói, com interesse para toda a Humanidade. Aristóteles, filósofo grego que viveu durante o séc. III a.C. descreveu os requisitos necessários à composição de uma epopeia:
Ao analisarmos Os Lusíadas, e depois de conhecermos os elementos constituintes de uma epopeia, concluímos que Camões segue, em muitos aspetos, o modelo clássico apresentado. Protagonista:
O herói dos Lusíadas é um herói coletivo e não individual, como nas antigas epopeias. O povo português é o protagonista desta epopeia, “o peito ilustre lusitano”, simbolicamente representado por Vasco da Gama que, ao narrar a história da pátria ao rei de Melinde, revela a heroicidade do seu povo.
Ação:
A ação d’Os Lusíadas é plena de heroísmo pois narra a descoberta do caminho marítimo para a Índia, um acontecimento com interesse universal. A ação d’Os Lusíadas apresenta quatro qualidades: Unidade: é um todo harmonioso. Todos os factos estão intrinsecamente ligados;
Variedade: apresenta grande variedade de episódios (mitológicos, bélicos, líricos, naturalistas e simbólicos);
Verdade: o assunto é quase na totalidade real, com alguns momentos de verosimilhança; - integridade: a narrativa pode ser dividida em três momentos determinantes:
Introdução (Canto I, estrofes 1 a 18)
Desenvolvimento (Canto I, estrofe 19 a Canto X, estrofe 144); * Conclusão (Canto X, estrofes 145 e 146 Narração:
In media res (a meio da ação)
No início da narração (estrofe 19, Canto I), a ação apresenta-se numa fase adiantada, in media res – “Já no largo Oceano navegavam”; mais