Os Kaingang
O nome Kaingang foi empregado pela primeira vez no século XIX (19). Até esse momento eram conhecidos por diversos nomes, sendo os mais comuns Coroados, Guayanás, Gualachos. Foram considerados também pelos portugueses como Tapuia, nome genérico atribuído aos não Tupi.
O território incorporado pelos Kaingang se estende por uma região de planalto, especialmente locais com presença da floresta ombrófila mista, tradicionalmente conhecida como mata de araucária e regiões de campos. Os Kaingang ocupam desde o interior de São Paulo até o norte do Rio Grande do Sul, em 55 comunidades. Diferentemente da população Guarani que teve contato com os nãos indígenas desde o início do século XVI(16), os Kaingang conseguiram impedir a ocupação dos não indígenas em seu território até a primeira década do século XIX (19) quando as frentes de ocupação penetram intensa e violentamente nos Campos de Guarapuava a partir de 1910 e nos campos de Palmas em 1939, enfrentando a resistência Kaingang do século anterior, porém os Kaingang continuaram sua luta contra a penetração e posteriormente pela garantia das terras até os tempos atuais. Os campos de Palmas compreendiam todo o oeste catarinense. Nessa região os Kaingang circulavam livremente, porém, os conflitos que ocorriam mais ao norte (Guarapuava) interferiam em todo território, devido à mobilidade e espacialidade Kaingang.
A conquista dos Campos de Palmas era estratégica, do ponto de vista militar, em função da indefinição das fronteiras com a Argentina; do ponto de vista econômico, era a possibilidade de novas áreas para criação de gado, uma vez que os campos tinham pastagem natural sem necessidade de depender de mão de obra para derrubar a mata.
Nem todos os Kaingang estabeleceram relações com não indígenas no século XIX. Em