Os juristas da tradição ocidental: discursos e arquétipos fundamentais

740 palavras 3 páginas
O presente artigo analisa a construção histórica dos discursos e a simbologia típica dos peritos do campo legal durante períodos específicos da tradição ocidental. Nessa perspectiva, utilizando-se da categoria "arquétipo", são destacadas as características dos experts na lei e a produção de seus ritos e papeis sociais próprios. Neste processo de análise histórica é evidenciada a simbologia peculiar decorrente da fala destes atores sociais ao longo de formações históricas pré-modernas e modernas. O trabalho ressalta que a percepção da articulação histórica entre discurso, simbologia profissional e poder é fundamental para se avaliar o campo do direito e seus atores fundamentais. Dessa forma, para se avaliar criticamente as teorias jurídicas contemporâneas, é preciso que haja uma compreensão mínima desse complexo processo social em que os juristas, em cada momento histórico, tendem a assumir certas representações simbólicas necessárias à legitimação de estruturas do poder vigente. s juristas mantêm, há séculos, uma peculiar relação com a "verdade" oriunda do seu labor. Talvez nenhum outro campo do conhecimento, no mundo ocidental, tenha se empenhado tanto em produzir, na sua luta pelo reconhecimento social de suas "verdades próprias", construtos teóricos tão diversificados, simbologias e máscaras sociais tão complexas e paradoxais. Mas, sejam quais forem suas "verdades", bem como as teorias que lhe deram suporte - do passado e do presente -, como compreender, à luz de uma abordagem precária e pontual, os processos históricos de construção simbólica desses atores sociais e de suas falas singulares?

Mesmo inseridos no âmbito das profissões historicamente tradicionais, como as engenharias e a medicina, os saberes dos doutos nas leis se consolidaram, grosso modo, no mundo ocidental, e mais precisamente nos países de formação romano-germânica, em vários ramos de abordagem tão ricos e variados sobre as respostas possíveis à pergunta que sempre embaraçou os juristas:

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